domingo, 5 de abril de 2009

amizade.

O painel que registrava os vôos dizia que o dela estava confirmado. Yasmin conheceria a sua amiga tão querida em alguns minutos. Esse pensamento fazia com que ela sentisse um frio na barriga, o momento tão esperado de poder abraçá-la de verdade, demonstrar todo o carinho que ela sentia pela amiga havia chegado.
-Vôo 2859, de Maceió para Salvador, desembarque no portão 1 – Yasmin, que já andava de um lado para o outro no saguão principal do aeroporto, saio correndo em direção do portão citado no alto falante.
Toda a extensão da grade que separa a sala de desembarque do salão principal estava tomada por pais, irmão, namorados, que esperavam seus entes queridos descerem do avião e saírem pela porta automática para matar as saudades que faziam seus corações se apertarem no peito.
Attie já estava impaciente dentro do avião. Depois de dez minutos de vôo ela já se agitava na cadeira. Nem sua música preferida, que tocava no ipod, nem o livro que ela tentava ler conseguiam prender sua atenção. A emoção daquele encontro a deixava mais inquieta do que o normal.
- A senhorita esta bem? – perguntou a comissária de bordo, que já estava agoniada com a inquietude da menina.
- Claro, moça, esta tudo bem – ela respondeu sorrindo – só estou com saudade das minhas facas, eu não pude trazer elas comigo – seu sorriso se alargou ainda mais quando viu a comissária sair de perto dela praticamente correndo. Seu lado sádico sempre falava mais alto nesses momentos.
- Senhores passageiros, nosso pouso foi autorizado e acontecera dentro de minutos, por favor apertem os cintos e deixem seus acentos na posição vertical – Attie ouviu o piloto falar, seu coração pulava em seu peito como se tentasse sair pela boca.
Quando a porta do avião abriu, ela foi a primeira a se levantar e, praticamente correndo, ir em direção a esteira de bagagens, procurando no meio de todas aquelas malas a sua que, diferente da maioria, era laranja.
Yasmin já estava ficando mais nervosa do que quando chegou ao aeroporto. Será que ela tinha perdido o vôo? Ou alguma coisa mais grave aconteceu? Perguntas pulavam na sua cabeça enquanto seus olhos varriam a multidão que saia da sala de desembarque. No meio de toda aquela gente ela conseguiu identificar uma baixinha arrastando uma mala laranja que provavelmente era maior que ela enquanto procurava alguém pela multidão.
- Xuxu! – Yasmin gritou, tentando a todo custo chamar a atenção da amiga que, ao ouvir o chamado, virou o rosto em sua direção.
- Abobora! – Attie largou suas coisas no meio do caminho e foi correndo em direção a amiga, que era inconfundível com sua aura de cachos dourados ao redor do rosto.
Aquilo parecia a cena de algum filme, as duas correndo pelo meio daquele mundo de pessoas alheias aquilo tudo. Elas corriam como se aquela pequena distancia que as separava lhes infligisse uma dor terrível, que só seria sanada com a aproximação das duas.
Elas se encontraram no meio do caminho, uma de frente para a outra, se encarando. As duas tinham um enorme sorriso no rosto.
- Até que enfim, em? – Yasmin disse tentando segurar a gostosa risada de alegria que crescia na sua garganta – Achei que você tinha sido presa por porte ilegal de armas no aeroporto.
- Você não imagina o quão negligente eles são quando se trata disso – Attie respondeu, sem conseguir conter o riso.
Como se tivessem combinado, as duas avançaram ao mesmo tempo, se abraçando, Yasmin levantou Attie do chão, o que provocou risos nas pessoas que assistiam a cena. Elas se separaram, ainda rindo.
- Mas e ai – Começou Attie - Quando você vai me apresentar seus livros para eu poder escolher quais eu vou roubar pra mim?
- Eu até posso te apresentar eles, mas todos vão continuar na minha estante – Yasmin disse, passando um braço pelos ombros de Attie.
- É o que veremos – respondeu Attie, dando uma gargalhada de psicopata que assustou a maioria das pessoas que prestavam atenção na conversa.
- Eu já disse que você é maluca? – Yasmin tropeçava nos próprios pés de tanto rir – Acho que vou te mandar para um hospício.
- Eu sei que você me ama, não precisa se declarar na frente de todo mundo – Attie respondeu, caindo na risada também.
As duas seguiram em direção a uma das saídas do aeroporto, abraçadas de uma forma engraçada por conta da diferença de altura e da enorme mala que mais parecia um elefante laranja. Ambas com o mesmo desejo em mente:
Que aquela amizade durasse um curto tempo chamado para sempre.

4 Comments:

  1. espirro said...
    mima, não tenho nem palavras mais pra dizer o quanto eu amei o conto e o quanto ele é fofo.

    (LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL)
    xoxo said...
    AHSAUSHAUHSASHAUSHAUHSAUHSAUHSA. cara, tá IGUALZINHO a Attie, morri de rir aqui.
    ADOREI, muito muito fofo! :)
    mari said...
    nossa,ri mt, adorei,sério mims tu escreve mt em,nao desperdiça esse talento
    dane bernardes' said...
    que gracinhaaa *o* AMEI

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