sábado, 14 de novembro de 2009


voce encontra um amigo especial. Alguém que muda a sua vida só por fazer parte dela. Alguém que faz voce rir até não conseguir mais parar. Alguém que faz voce acreditar que realmente existe bondade no mundo. Alguém que te convença que existe uma porta destrancada só esperando voce para abrir. Isso é uma amizade para sempre. Quando voce está deprimido e o seu mundo parece escuro e vazio, seu amigo-para-sempre te levanta espiritualmente e faz o seu mundo escuro e vazio de repente parecer brilhoso e "cheio". Seu amigo-para-sempre te ajuda nos momentos difíceis, tristes e confusos. Se voce der meia-volta e for embora, o seu amigo-para-sempre te segue. Se voce perder o seu rumo, o seu amigo-para-sempre guia voce e te anima. O seu amigo-para-sempre segura a sua mão e diz que tudo vai ficar bem. E se voce achar um amigo como esse, se sentirá feliz e completo porque não precisará se preocupar. Voce tem um amigo-para-sempre, e "para sempre" não tem fim.


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Não achei o(a) autor(a), mas amei esse texto

:*

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Per Sempre

When you're gone the pieces of my heart are missing you
When you're gone the face I came to know is missing too
When you're gone the words I need to hear
to always get me through the day
And make it ok
I miss you

I've never felt this way before
Everything that I do, reminds me of you
And the clothes you left, they lie on the floor
And they smell just like you, I love the things that you do

(...)
We were made for each other
out here forever
I know we were

Yeah yeah

All I ever wanted was for you to know
Everything I do I give my heart and soul
I can hardly breathe I need to feel you here with me

(When You're Gone - Avril Lavigne)


O mar se estendia escuro a minha frente. Sua superfície refletia as poucas estrelas que estavam no céu como um espelho tremulo. Meu cabelo serpenteava ao sabor do vento que soprava em direção ao continente. Pequenas marolas quebravam na praia com suavidade, acariciando a areia branca como uma mãe ao seu filho.

A cena era tranquila, mas dentro de mim uma dolorosa batalha era travada. Meu corpo estava entorpecido, a única coisa que eu sentia era a tristeza se espalhando pelas minhas veias como um veneno. As lágrimas formavam caminhos em minha face, meu vestido já não tinha mais a barra branca, mas sim marrom da terra que havia grudado nela. Qualquer um que passasse por ali naquele momento saberia a confusão que dominava minha essência.

As Lembranças pulavam vividas em minha mente, me ofuscando e transportando para o passado. Em segundos a noite tinha sido substituida pelo dia ensolarado em que vi Bruno sair pela porta de casa, mochila no ombro, farda nova recém passada, cabeça erguida e passos firmes. O caminhão do exército o esperava do lado de fora do portão com o motor ligado, sinal de que não demoraria muito para partir.

Fiquei encostada no portal de casa. Minhas mãos se mexiam sem parar dando nós nos dedos, dentando conter a enchorrada de sentimentos que estavam prestes a me inundar. Em um momento, num singelo segundo, Bruno olhou sobre o ombro, seus olhos cor de âmbar refletindo os raios de sol que havia escapado por entre as poucas nuvens que caminhavam lentamente no céu, deixando-os mais brilhantes que o normal. Um sorriso triste apareceu em seu rosto enquanto ele batia continência para mim.

Aquele gesto fez com que a minha máscara de tranquilidade desmoronasse. Meus músculos já não obedeciam aos comandos do meu cérebro, que batalhava para tomar o controle novamente. Mas daquela luta meus instintos saíram vitoriosos, impulsionando meu corpo para frente. Corri pelo jardim, meus pés amassando a grama verde sem prestar atenção, apenas querendo diminuir a distância entre nós. Envolvi o pescoço de Bruno com meus braços e afundei meu rosto em seu ombro, inspirando o perfume amadeirado que já estava entranhado em sua pele, nos lençóis da cama, em minha vida.

- Por favor, volte para mim - Solucei para ele, minha garganta ardendo com o esforço necessário para expulsar as palavras - Me prometa que vai voltar!

- Eu juro, Mel - Ele me abraçou apertado, seus lábios encostados em meus cabelos, um hábito adquirido com o passar do tempo - Juro pelo que sinto por você que voltarei de algum jeito.

- Eu te amo - Consegui falar, grundado meus olhos em seus rosto, guardando na memória seus traços uma última vez.

- Para sempre - Bruno completou, tocando seus lábios delicadamente nos meus.

Um último beijo. Carregado de sentimentos, de frases que não foram ditas, de mensagens subentendidas, de esperança. Um beijo com gosto diferente. Gosto amargo que grudou na garganta e que, com o passar dos dias, formaria um nó apertado de saudade. Seus lábios eram quentes contra os meus, que pareciam cubos de gelo devido ao desespero que me consumia. Apertei meus braços ainda mais ao redor do seu pescoço tentando a todo custo prolongar aquele último momento.

Por fim Bruno me colocou novamente no chão, acariciando meus braços antes de soltá-los cuidadosamente do seu pescoço. Eles cederam sem dificuldade sob seu toque, mesmo que eu estivesse usando todas as forças que me restavam. Ele juntou minhas mãos sobre seu peito, cobrindo a corrente com seu nome que pendia sobre a farda. Meus dedos alisaram as duas plaquinhas de aço, e logo em seguida a aliança de ouro branco que havia-nos unido anos antes. Seus olhos encaravam minhas mãos com intensidade, vendo meus dedos passarem seguidas vezes pela frase gravada no interior da aliança: per sempre.

O motorista buzinou impaciente, como se não entendesse a complexidade daquele momento. Bruno finalmente soltou minhas mãos, virando de costas e correndo até o caminhão. Minhas pernas falharam quando meu peso se apoiou inteiramente nelas, me deixando de joelhos em meio as flores do jardim. Bruno se afastava rapidamente a bordo do caminhão, seus olhos fixos nos meus até que eles sumiram na estrada.

Fechei os olhos tentando imaginar que tudo aquilo não passava de um terrível pesadelo, e que ao abri-los Bruno estaria ao meu lado. Mas não foi o calor dos braços dele, e sim o vento frio que envolveu meu corpo, me trazendo de volta para o presente, para a noite escura e impenetrável que se estendia a minha volta. Senti a nova remessa de lágrimas que escorregava pelas minhas bochechas, respingando no envelope que minhas mãos estavam segurando com firmeza. Ele fora entrega a mim minutos antes por um par de soldados fardados, ambos com expressões solenes. Aquele pedaço de papel pardo era a minha última esperança, a última âncora que me ligava a sanidade.

Meus dedos abriram trêmulos o lacre de cera verde-escuro, derrubando todo o conteúdo do envelope em meu colo. Meu coração se apertava com medo da confirmação do que ele já sabia. Desdobrei a folha de papel que estava junto com outros itens e reconheci imediatamente a letra que estava escrita nela. Segurei frouxa entre os dedos a corrente dele, passando a superfície do anel pela palma da mão enquanto lia com avidez, mesmo com a pouca luminosidade que chegava até mim da varanda de casa.

Melissa,

Se você esta lendo essa carta é porque eu não poderei cumprir minha promessa de forma plena.

No dia da minha partida jurei que voltaria de qualquer forma para você; e por meio dessa carta tento cumprir meu juramento. Gostaria de lhe falar algumas coisas que nunca consegui dizer pessoalmente, ou não tive coragem de fazê-lo.

Lembra do dia que nós nos vimos pela primeira vez? Aquele dia que eu me esbarrei em você naquele parque de diversões, derrubando sua bebida na minha blusa? Bom, confesso que aquele esbarrão não foi puro acaso do destino. Naquele mesmo dia de manhã, quando eu te vi andando distraída pela beira da praia, os cabelos refletindo o sol que ainda começava a aquecer no céu, soube que meu coração não pertencia mais a mim. Ele era propriedade do anjo que passou caminhando pela minha frente.

Também preciso pedir desculpas pelas brigas que tivemos. Se eu tivesse a menor ideia do quão curto nosso tempo juntos seria, afinal de contas cinco anos não são nada comparados ao tempo que eu sonhei passar ao seu lado, nossas discussões não teriam acontecido na maioria das vezes. Em nenhum momento eu quis magoar seus sentimentos ou me distanciar de você. Pra falar a verdade eu não conseguia imaginar minha vida sem você ao meu lado, nem que fosse por um segundo.

Eu quero também... Não, melhor, eu preciso te pedir desculpas por outras coisas.

Preciso que você me perdoe por não ter sido o melhor marido do mundo; por não ter podido te dar tudo que sempre sonhou; por ter sido ausente em alguns momentos importantes, ou indelicado nas piores ocasiões; preciso que você me perdoe por ser imperfeito. E, principalmente, preciso que você me perdoe por estar te fazendo sofrer nesse momento.

Espero que você saiba o quanto eu te amei e o quanto ainda te amo. E que entenda que esse amor nunca vai me deixar, ou esmorecer. Nem mesmo a morte conseguirá arrancá-lo de mim; ele faz parte da minha essência. Você é um pedaço indispensável de mim.

Tenho pouco tempo para acabar essa carta, então te faço apenas um pedido: viva.

Viva por nós dois. Viaje para os lugares que sempre quis conhecer, continue cantando no chuveiro, dance com as suas amigas, se apaixone novamente. Siga em frente. No começo pode ser difícil, mas com aos poucos as lembranças do que passamos juntos não vão ser mais dolorosas e você poderá conviver com elas e até mesmo contar os momentos mais engraçados para alguém sem derramar lágrimas de saudade; apenas com uma lembrança acolhedora dos instantes que vivemos.

Lembre com carinho de cada um desses momentos que passamos juntos e nunca se culpe por eles não serem tantos quantos você queria. Eu mais do que qualquer um queria que o tempo junto contigo fosse "per sempre".
Mel, minha menina.
Nunca se esqueça que a nossa história de amor é digna de ser eternizada nos livros.

Até logo.
Espero-te no infinito; ou para sei lá aonde as pessoas vão depois dessa vida.

Do eternamente seu

Bruno.


As lágrimas voltaram a embaçar minha visão; meu corpo era sacudido por violentos soluços de desespero. Eu nunca mais sentiria seus braços a minha volta; nunca mais seria acordada aos domingos pelos beijos dele; nunca mais sentaria na areia recostada em seu peito para ver o pôr-do-sol. A dor era excruciante ao ponto de eu não consegui me manter sentada, caindo de costas na areia macia.

Encarei o céu escuro que se estendia sobre mim, vendo em cada estrela que o pontilhava o brilho dos olhos dele. Minha mão se apertou involuntariamente ao redor da corrente de aço. Como Bruno podia ter imaginado que algum dia eu me esqueceria dele? Que eu conseguiria me apaixonar novamente?

Gritos cortavam a noite cheios de desespero; então percebi que eles saiam dos meus lábios; que eram eles que faziam meu corpo vibrar sob o vestido branco. Eles avançavam até o infinito do espaço, levados pelo vento; carregando meu sofrimento e angústia a todos que quisessem ouvir.

Abracei meu corpo apertado, fechando os olhos e tentando me imaginar novamente em seus braços. Tentando eternizar aquela lembrança na minha mente. Porque o que eu sentia nunca iria passar. Tudo relacionado ao Bruno em minha vida podia ser resumido na frase gravada tanto no anel que eu segurava em minha mão quanto na minha mente:

Per Sempre.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Strawberries

Quando seus lábios finalmente se tocaram, foi como se todo o oxigênio do mundo tivesse sido sugado. Como se os dois estivessem flutuando no espaço, rodeados apenas pelos astros. Como se uma supernova tivesse acabado de explodir em suas almas, e eles ainda estivessem envoltos em uma poeira cósmica brilhante.
Ele sentiu o sabor doce do morango, que alguns instantes atrás estava entre seus dedos, ainda guardado na boca dela. O sabor muito mais apurado do que o da fruta em si. O sabor da fruta misturado com o dela, que personificava o sentimento mais puro que ele já havia sentido: o amor.
Seus dedos escorregavam pela pele macia que rodeava a cintura dela, ainda quente pelo sol recém posto. Os olhos firmemente fechados, com medo de que tudo aquilo não passasse de mais um sonho perfeito. A pequena e delicada mão dela lhe acariciava o cabelo, desencadeando reações em seu corpo que ele nunca havia experimentado antes.
E por fim, a necessidade, a vil dependência pelo oxigênio, fez os dois se separarem, ofegantes, para tomar fôlego. Os olhos se encontraram, castanhos encarando castanhos, cada fibra deles voltadas apenas para o outro.
Esquadrinhando a face à sua frente, memorizando as marcas mais sutis, as sardas e os sinais, as cicatrizes de infância e as marcas de nascença, tudo que diferenciava o outro do resto do mundo, que o tornava único.
Era como se eles, ao fim daquele momento nunca mais fossem de encontrar. Como se eles fossem ser separados por uma força indestrutível, para sempre. E por isso, pelo medo de nunca mais ter a oportunidade de ver um ao outro, os olhos bebiam os detalhes, as mãos exploravam a superfície lisa da epiderme, tocando, alisando, sentindo.
Tentando com tanto afinco tocar a alma do outro, agarrá-la e guardar aquele bem precioso em algum lugar seguro.
Como se isso fosse necessário. Como se eles não soubessem que suas almas já haviam deixado seus corpos, se fundido em uma só, se elevando aos céus. Os braços apertados em um abraço, tentando fundir também seus corpos, como se apenas as almas não fosse o suficiente.
Então aquela sensação o domina, como se uma bola de fogo se formasse em seu estômago, subindo como uma chama eterna pela sua garganta, rasgando todos os tecidos que encontrava no caminho, tentando se libertar da prisão dos seus lábios.
Ela tamborila em seus dentes, procurando um ponto fraco para conseguir transpor o muro esmaltado. E por fim, quando um sorriso se abre no rosto dela, as barreiras se quebram, os muros desabam, se fragmentam. E o sentimento acuado finalmente ganha voz, rouca e insegura, acanhada e eufórica.
Sai em um rompante, como se estivesse queimando seus lábios, torturando seus sentidos. As palavras saem deslizando pelo ar, chegando aos ouvidos dela como um sussurro desesperado, oprimido.
O sussurro que continha as palavras mais preciosas, que ela tinha tanta pressa e apreensão de ouvir, mas que fizeram seu coração parar por um instante único, mágico.
- Eu te amo.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O ar gelado entrava rapidamente pela minha boca entreaberta, ressecando minha garganta. Do outro lado da sala aqueles olhos cor de esmeralda me encaravam, um sorriso irônico vincava levemente a pele ao redor deles, mas sem nunca tirar seu magnetismo. Apertei a pistola com força na mão direita, me certificando que estava pronta para mais uma rodada.
Seus olhos aguçados não deixaram esse movimento passar despercebido. Automaticamente o sorriso sumiu do seu rosto. Seu braço que antes estava escondido nas costas apareceu, uma arma brilhava na sua mão. Nós seus olhos vi um lampejo de prazer pelo que estava por vir. Seu indicador se tencionou no gatilho. Minha mão apertou ainda mais a pistola.

Um disparo.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Queria...

Queria poder ser cordial, e te perguntar como vai sua vida, como uma verdadeira amiga deveria fazer. Queria poder te perguntar como está seu coração sem medo que o meu se despedace ao saber que outro alguém conquistou o seu.
Queria poder arrancar do meu peito esse sentimento que me enlouquece, me obrigando a fazer loucuras, mesmo sabendo que elas são um erro. Queria poder lhe mostrar que a mulher certa para ti não é a que esta ao seu lado, com seus cabelos platinados e estômago mínimo, e sim eu.
Eu sou a mulher certa para você, porque mesmo quando todos lhe viram as costas, sou eu que lhe estendo a mão e ajudo a levantar, porque é o meu número que você disca quando precisa de palavras de conforto depois de um dia ruim no trabalho. Porque sou eu que ti acolho e mimo quando a mulher de cabelos platinados decide que namorar um moreno não é mais “in” e te troca pelo instrutor loiro da academia.
Queria poder te dizer que aquele sentimento que nasceu em minha mente pura de criança de 7 anos germinou e floresceu, dando belos frutos. Queria poder lhe mostrar que ele nunca sumiu ou diminuiu, apenas cresceu e se tornou mais forte, transbordando o meu ser, exalando pelos meus poros.
Queria te ter em minhas mãos por uma noite apenas, para mostrar de todas as formas conhecidas o tamanho do meu sentimento por ti. Amor puro, sentimento primordial, que nos gerou e nos faz gerar. Que move o universo, as constelações, e também me motiva a escrever essas palavras.
Queria poder acabar essa carta, selá-la com o doce mel dos teus lábios, que ainda guardo nos meus daquele beijo roubado a muito, e remetê-la a ti, o único amor da minha vida. Queria ter coragem de gritar essas palavras para o mundo inteiro ouvir, ao invés de queimá-las e deixar apenas que a fumaça carregue até o infinito minhas palavras de amor.
Queria poder bater a porta da sua casa nesse domingo chuvoso e dizer com toas as letras um sonoro ‘eu te amo’ e esperar que um sorriso ensolarado se abra em seu rosto, me brindando com o calor envolvente de um sentimento correspondido.

Queria... Simplesmente você.

quinta-feira, 30 de abril de 2009


Ela andava pelo meio da multidão. O casaco pesado mantinha-a aquecida, a gola levanta escondia os fones que abafavam os barulhos da cidade. Mesmo com a música no volume máximo, ela sentia o salto das suas botas baterem no concreto da calçada escondida embaixo daquele mar de pés. Na sua cabeça uma lista do que faria naquele dia se repetia, todos os horários e compromissos. Estava tão concentrada que não percebeu o homem que vinha em sua direção.
Os dois bateram de frente, ela teria caído de costas se não tivesse sido impedida pelas mãos dele. Sua baixa estatura a obrigava a olhar para cima, na tentativa que identificar com quem ela havia se batido. Olhos amendoados encontraram negros, que se destacavam na pele branca.
- Desculpa – Ela disse simplesmente, ainda atordoada pelo encontrão. Uma sensação de reconhecimento atravessava seu ser, era como se ela o conhecesse de muito tempo, como se ele fosse uma parte muito importante da sua vida.
Antes que ela tivesse a chance de fazer falar qualquer coisa, as pessoas que estavam atrás começaram a empurrá-la, tirando-a dos braços dele e a impulsionando na direção oposta. Ela ainda olhou sobre o ombro, fixando como que a fogo a imagem que a acompanharia pelo resto da vida: Ele, parado no meio da multidão, como uma pedra resistindo à correnteza daquele mar de pessoas, seguindo-a com os olhos cor de carvão. Em sua mão estendida ele segurava com delicadeza a fita que minutos atrás impedia que o cabelo liso dela caísse sobre os olhos. Seus lábios se movimentavam, mas os fones impediam que ela ouvisse qualquer coisa além da música que tocava.
Mesmo que ela quisesse com todas as suas forças voltar até ele, pegar sua fita e tentar falar alguma coisa que a fizesse parecer uma pessoa normal, as pessoas a sua volta ditavam um fluxo contra o qual não conseguia lutar. Ela apenas se deixou levar, mesmo sabendo que aquela decisão havia mudado o rumo da sua vida.
Ele estava paralisado de surpresa. A portadora dos olhos com que ele havia sonhado durante semanas a fio acabara de se materializar na sua frente, como em um passe de mágica. O aperto que sempre sentia no peito quando acordava daqueles sonhos se repetia ainda mais forte, enquanto ele a via ser levada pela multidão para longe. No instante em que ela levantou a cabeça e seus olhos se encontraram, ele soube que aquele aperto que sentia era a dor de uma perda que ele nunca teria, um vazio que jamais seria completamente preenchido.
Ele continuo seguindo-a com o olhar até que ela se perdesse no meio da multidão. Apertou a fita entre os dedos e seguiu sem direção, mesmo que seu coração parecesse se fragmentar em mais pedaços a cada passo que ele dava para longe dela.
E assim eles viveram.
Ela conseguiu tudo que sempre sonhou: um emprego excelente, uma casa, uma família. Teve momentos felizes, outros tristes, mas nunca se esqueceu daqueles olhos. Levou consigo a lembrança daquele dia na memória, até que a mesma começasse a falar e a apagar, passando então aquele doce momento, que mais parecia uma cena de filme, para seus quadros, eternizando-o. Fez questão de esquecer o próprio nome antes de esquecer o seu único encontro com o homem da sua vida. Seus familiares sempre se perguntavam a cauda da sua fixação por aqueles olhos. E ela sempre respondia que eles representavam o que ela nunca viveu, mas também nunca esqueceu ou deixou de desejar.
Ele também viveu uma vida próspera, suas canções sobre uma certa mulher de olhos amendoados ganharam fama, lhe dando a oportunidade de conhecer diversos lugares e milhares de pessoas. Muitas mulheres passaram pela sua vida, mas nenhuma conseguiu se manter ao seu lado por mais de uns poucos meses. Ele nunca dedicou uma música sequer a nenhuma pessoa que não fosse ela, a mulher da sua vida. Foi enterrado com a fita, agora gasta de tanto ser alisada e manipulada, junto ao peito, como uma forma silenciosa de gritar a todos quem foi seu verdadeiro amor.
Eles podem ter seguido vidas separadas, mas nunca se esqueceram do dia em que cruzaram com o destino.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

estrelas.


“ O céu parecia um macio veludo negro, cravejado de estrelas que brilhavam como diamantes aos olhos cor de âmbar do rapaz, que estava deitado no terraço da sua casa. Mas seus pensamentos estavam a milhares de quilômetros dali, seguindo os passos da bela menina de cabelos anormalmente vermelhos e olhos de vivo azul que havia roubado seu coração.”

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Esse textinho foi resultado de uma conversa no msn com umas amigas minhas. Muitas vezes elas são minha fonte de inspiração.

MCF, amo vocês S2


domingo, 5 de abril de 2009

amizade.

O painel que registrava os vôos dizia que o dela estava confirmado. Yasmin conheceria a sua amiga tão querida em alguns minutos. Esse pensamento fazia com que ela sentisse um frio na barriga, o momento tão esperado de poder abraçá-la de verdade, demonstrar todo o carinho que ela sentia pela amiga havia chegado.
-Vôo 2859, de Maceió para Salvador, desembarque no portão 1 – Yasmin, que já andava de um lado para o outro no saguão principal do aeroporto, saio correndo em direção do portão citado no alto falante.
Toda a extensão da grade que separa a sala de desembarque do salão principal estava tomada por pais, irmão, namorados, que esperavam seus entes queridos descerem do avião e saírem pela porta automática para matar as saudades que faziam seus corações se apertarem no peito.
Attie já estava impaciente dentro do avião. Depois de dez minutos de vôo ela já se agitava na cadeira. Nem sua música preferida, que tocava no ipod, nem o livro que ela tentava ler conseguiam prender sua atenção. A emoção daquele encontro a deixava mais inquieta do que o normal.
- A senhorita esta bem? – perguntou a comissária de bordo, que já estava agoniada com a inquietude da menina.
- Claro, moça, esta tudo bem – ela respondeu sorrindo – só estou com saudade das minhas facas, eu não pude trazer elas comigo – seu sorriso se alargou ainda mais quando viu a comissária sair de perto dela praticamente correndo. Seu lado sádico sempre falava mais alto nesses momentos.
- Senhores passageiros, nosso pouso foi autorizado e acontecera dentro de minutos, por favor apertem os cintos e deixem seus acentos na posição vertical – Attie ouviu o piloto falar, seu coração pulava em seu peito como se tentasse sair pela boca.
Quando a porta do avião abriu, ela foi a primeira a se levantar e, praticamente correndo, ir em direção a esteira de bagagens, procurando no meio de todas aquelas malas a sua que, diferente da maioria, era laranja.
Yasmin já estava ficando mais nervosa do que quando chegou ao aeroporto. Será que ela tinha perdido o vôo? Ou alguma coisa mais grave aconteceu? Perguntas pulavam na sua cabeça enquanto seus olhos varriam a multidão que saia da sala de desembarque. No meio de toda aquela gente ela conseguiu identificar uma baixinha arrastando uma mala laranja que provavelmente era maior que ela enquanto procurava alguém pela multidão.
- Xuxu! – Yasmin gritou, tentando a todo custo chamar a atenção da amiga que, ao ouvir o chamado, virou o rosto em sua direção.
- Abobora! – Attie largou suas coisas no meio do caminho e foi correndo em direção a amiga, que era inconfundível com sua aura de cachos dourados ao redor do rosto.
Aquilo parecia a cena de algum filme, as duas correndo pelo meio daquele mundo de pessoas alheias aquilo tudo. Elas corriam como se aquela pequena distancia que as separava lhes infligisse uma dor terrível, que só seria sanada com a aproximação das duas.
Elas se encontraram no meio do caminho, uma de frente para a outra, se encarando. As duas tinham um enorme sorriso no rosto.
- Até que enfim, em? – Yasmin disse tentando segurar a gostosa risada de alegria que crescia na sua garganta – Achei que você tinha sido presa por porte ilegal de armas no aeroporto.
- Você não imagina o quão negligente eles são quando se trata disso – Attie respondeu, sem conseguir conter o riso.
Como se tivessem combinado, as duas avançaram ao mesmo tempo, se abraçando, Yasmin levantou Attie do chão, o que provocou risos nas pessoas que assistiam a cena. Elas se separaram, ainda rindo.
- Mas e ai – Começou Attie - Quando você vai me apresentar seus livros para eu poder escolher quais eu vou roubar pra mim?
- Eu até posso te apresentar eles, mas todos vão continuar na minha estante – Yasmin disse, passando um braço pelos ombros de Attie.
- É o que veremos – respondeu Attie, dando uma gargalhada de psicopata que assustou a maioria das pessoas que prestavam atenção na conversa.
- Eu já disse que você é maluca? – Yasmin tropeçava nos próprios pés de tanto rir – Acho que vou te mandar para um hospício.
- Eu sei que você me ama, não precisa se declarar na frente de todo mundo – Attie respondeu, caindo na risada também.
As duas seguiram em direção a uma das saídas do aeroporto, abraçadas de uma forma engraçada por conta da diferença de altura e da enorme mala que mais parecia um elefante laranja. Ambas com o mesmo desejo em mente:
Que aquela amizade durasse um curto tempo chamado para sempre.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Reciprocidade

Eu a admirava andando pelo meio das flores.
A menina que antes corria junto a mim entre as mesmas flores tinha crescido e virado a linda mulher que andava entre as flores na minha frente, o vestido leve balançando a sua volta ao sabor do vento, assim como seus longos cabelos castanhos. Sentado junto a uma árvore, que provavelmente tinha centenas de anos de existência e muitas histórias que aconteceram embaixo dos seus galhos para contar, pensava em como eu era sortudo. Durante toda minha vida anseie por um amor verdadeiro, que fizesse do sangue em minhas veias virar fumaça e que me prendesse pelo resto da vida. Sonhei com amores impossíveis, sem perceber que a mulher da minha vida estava ao meu alcance.
Ela colhia algumas flores e as guardava na dobra do vestido, o aroma da primavera dominava o ar e me impregnava a alma, deixando com um sorriso bobo no meu rosto. Os seus olhos refletindo o sol da tarde eram hipnóticos, as pequenas manchas verdes se ressaltavam sobre o castanho claro, deixando ainda mais vivido o seu olhar. Seus lábios vermelhos se esticaram em um doce sorriso, que conseguiria derreter o mais duro dos corações, quando nossos olhares se cruzaram.
- No que você esta pensando? – ela perguntou, sentado ao meu lado e derrubando as flores junto a nós.
- Em como a vida sorriu para mim tantas vezes – escolhi umas das várias flores e segurei-a entre os dedos. – primeiro ela colocou você na minha vida como a melhor amiga que alguém gostaria de ter – prendi a flor no espaço entrar da sua orelha, o contraste do vermelho vivo com seus cabelos cor de chocolate era espetacular aos meus olhos. – depois, como o maior amor que eu espero sentir na vida.
- Você me tem em alto preço – ela me olho envergonhada, seus dedos alisavam uma pequena flor amarela.
- Em alto preço eu tenho meus amigos – puxei-a pelo braço, encostando sua cabeça em meu ombro e passando um braço pela sua cintura – você para mim é algo inestimável, minha pedra preciosa encontrada ao acaso.
- Te amo – ela disse depois de um tempo.
- Só posso dizer que o sentimento é mais do que recíproco.
- O que você teria feito se não tivesse ido atrás de mim? – Seus olhos me encaravam com uma intensidade assustadora.
- Se eu não tivesse corrido atrás de você, roubado o microfone no aeroporto e gritado com toda a minha força seu nome, esperando que você viesse falar comigo? Com certeza teria me lamentado eternamente por ter perdido o amor da minha vida.
- Eu já disse que te amo? – ela soltou uma gostosa risada, alisando meu cabelo.
- Eu já disse que é recíproco?
Selei seus lábios com um beijo doce, e ficamos lá, os dois juntos, cercados pelas flores, vendo o por do sol, mas um de vários que viriam pela frente.

terça-feira, 24 de março de 2009

1964
O céu escuro era iluminado pelos raios enquanto o barco era jogado de um lado para o outro pelas violentas ondas. O som dos trovões fez Philip estremecer, ele tentava a todo custo manter o controle da embarcação, mas o vento que soprava cada vez mais forte fazia com que a vela principal se debatesse no alto do mastro.
Ele praguejava tanto e tão rápido que, para outra pessoa que estivesse ouvindo-o naquele momento, parecia que ele falava outra língua. A culpa o deixava angustiado, por conta de um pequeno erro nos cálculos feitos antes da viagem Philip havia posto as duas coisas que ele mais amava no meio da pior tempestade dos últimos 50 anos.
Philip entrou na cabine e encontrou sua esposa encolhida nem canto, abraçando com força a sua menininha que, mesmo no meio daquele barulho todo, se limitava a chorar baixinho.
- Philip – A doce voz de Luiza estava carregada de medo – o que vai ser de nós agora?
- Nós só podemos esperar a tempestade passar.
- Mas o que- A pergunta da mulher foi cortada por um forte estrondo vindo do convés, o barco se inclinou para a direita, fazendo todos os abjetos espalhados pelo chão rolarem naquela direção. Philip se levantou de onde havia se sentado e voltou para o meio da tempestade com o intuito de ver o estrago no convés, deixando a mulher e a filha sozinhas novamente.
Luiza tirou a coberta que cobria o rosto da pequena menina e contemplou seus magníficos e misteriosos olhos azuis como o mar, que brilhavam devido às lágrimas. A mulher acariciou a cabeça dela, passando os dedos pelos cabelos quase brancos de tão loiros da menina enquanto cantarolava uma doce canção que lhe foi ensinada pela mãe.

- Que Gaia tome conta de você, meu anjo – Ela lhe sussurrou ao pé do ouvido quando acabou o último verso da canção. O sinal de nascença que Luiza carregava em um dos pulsos, que tinha a curiosa forma de uma palavra, como que uma tatuagem gravada antes dela nascer, sempre foi motivo de curiosidade de todos à sua volta. Ele brilhava levemente num tom de azul que se aproximada da cor dos olhos da filha, portadora de um sinal idêntico no pulso esquerdo.
- Luiza! – Philip a chamou do convés – você tem que sair daí de baixo agora!
Ela enrolou a menina novamente em seu cobertor e a apertou contra antes de subir com dificuldade as escadas. A chuva lhe açoitou o rosto, encharcando o cabelo e as roupas rapidamente. Os pingos eram tão gelados que pareciam pequenas adagas que lhe perfuravam a pele.
- Você não devia ter trazido ela pra cá! – Ele gritou ao ver sua mulher lutando contra o vento com a filha escondida entre os braços – Ela vai acabar ficando doente ou se machucando!
- Você é louco de achar que eu ia deixar minha filha sozinha lá embaixo – Ela retrucou. Mal ela completou a frese, um raio atingiu uma das laterais do barco, lançando Philip em direção a água revolta.
- Philip! – Luiza gritou, indo em direção ao lugar de onde seu marido havia caído. Ao se aproximar da lateral o barco se agitou, fazendo-a escorregar na água que se acumulava no chão e cair ao mar.
Luiza foi envolvida pelas águas escuras, seu corpo era embalado pelo balanço das ondas. Philip estava fora do seu campo de visão, o que, por incrível que pareça, deixava-a calma. Ela não se importava com a própria vida, apenas com a dele e a de sua filha. Mesmo estando embaixo d’água, sua pulsação estava calma, e a vontade de respirar não existia, era como se ela tivesse em um lugar qualquer onde pudesse respirar ar puro. O peso das roupas e da criança em seus braços impedia que ela voltasse a superfície. Em sua cabeça, Luiza repetia a canção que cantara para a sua filha.
Calmamente ela fechou os olhos encostou os lábios na testa da menina, entregando-a a mulher que estava na sua frente quando ela abriu os olhos. A mulher tinha longos cabelos azuis e olhos de um cinza quase branco. Seus braços finos envolveram a menina e, com um movimento das mãos, formou uma bolha de ar ao redor dela, possibilitando sua respiração. Um homem que estava atrás da mulher se adiantou e ficou frente a frente com Luiza, acariciou-lhe o rosto e, com a mão livre, tocou em seu sinal, que brilhou num azul intenso.
- Viva em paz, irmã – Os olhos dele mudaram rapidamente de cor, passando para um verde esmeralda.
- Cuide da minha menina – Ela formou as palavras com os lábios, mas não emitiu nenhum som.
- Com a minha vida – Ele respondeu, empurrando-a para a superfície. Assim que a cabeça de Luiza quebrou o espelho d’água, o tempo pareceu andar na velocidade normal. Ela viu que Philip tinha conseguido voltar para o barco e gritava seu nome desesperado. Para ela aquilo era desnecessário, sua filha estava a salvo nos braços do oceano e aquilo era tudo que importava. Sem nenhuma dificuldade ela nadou até as proximidades do barco, de onde o marido podia vê-la e içá-la, Philip tinha lágrimas nos olhos, que se misturavam com a chuva.
- Achei que tinha te perdido para sempre – Sua voz embargada ao sussurrar no ouvido de Luiza. – Amor, onde esta a nossa menina? - o medo era visível em seu semblante, seus olhos, naturalmente luminosos, estavam apagados.
- Segura nos braços de Gaia, querido – Ela disse antes de desmaiar, para Philip a chuva pareceu cair ainda mais pesada sobre seus ombros, uma mão de ferro apertava seu coração enquanto Luiza desfalecia em seus braços.

Seu coração estava irremediavelmente partido.

Flores

Ela estava sentada num banco qualquer.

Mesmo cercada pelas flores que começavam a desabrochar, lágrimas corriam rapidamente pelo seu rosto; este não era nem bonito nem feio, apenas comum.

Admirava a paisagem do parque à sua frente como se nada no mundo fosse mais importante para ela, a não ser as crianças que brincavam animadas junto a suas famílias.

Outra lágrima riscou sua face.

Suas mãos apertavam com força, sobre o colo, um pedaço de papel, o provável causador da sua tristeza; era como se tentassem mantê-la presa entre as linhas escritas.

Um dos garotinhos que brincava no parque com sua mãe observava toda a cena a distância. Comovido pelas lágrimas daquela garota comum, ele deixou de lado sua diversão e foi correndo até um canteiro cheio de flores que exalavam os perfumes da primavera. Escolheu entre elas a mais bonita aos seus olhos infantis e se aproximou calmamente da garota que continuava a olhar distraída para o parque. Seus olhos castanhos tão comuns quanto seu rosto estavam nublados, como se o peso de anos de tristeza que vinham se acumulando tivessem caído como uma neblina sobre eles.

O garotinho sentou-se no banco ao lado da garota, que devia ser muitos anos mais velha que ele, e encarou-a quieto por alguns instantes antes de segurar-lhe a mão. A garota se assustou com o toque daquela pequena mão quente sobre a sua, que estava gelada como seu coração. O contraste entre seus olhos castanhos e tristes e dos verdes e alegres do menino era notável a quem assistia a cena. Ele colocou a flor delicadamente na palma da mão da garota antes de fechar os dedos dela ao redor do caule. Ela fitou a pequena flor do campo que agora estava presa entre seus dedos por algum tempo antes de voltar a olhar para o menino e perguntar:

- Por que você me deu essa flor?

- Ninguém deve ficar tão triste como você está, ainda mais em dias tão bonitos – disse o garoto simplesmente, antes de se levantar e correr novamente para os braços da mãe, que tinha um pequeno sorriso no rosto.

Se todos que estivessem tristes encontrassem no seu caminho alguém que lhe entendesse a mão, ou uma pequena flor do campo, muitas lágrimas seriam guardadas, pensou a garota. Enxugou uma última lágrima que havia escapado e prendeu a pequena flor entre os cabelos. O pedaço de papel que lhe tinha trazido tanto sofrimento jazia esquecido no chão, embaixo do banco onde havia caído quando o menino pegou sua mão.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Escrever

Escrever é um Hobbie. É uma forma que descobri para me distrair, para me distanciar das preocupações do dia a dia. Escrevo simplesmente pelo prazer de sentir as teclas voando sob meus dedos e um texto legal, que consegue fazer as pessoas se sentirem bem ao ler, aparecer na tela. Nunca pensei em ter isso como profissão. Não acho que escrevo bem o suficiente para isso. Satisfaço-me em saber que minhas palavras um dia trarão alegria ao coração de quem lê-las.

Escrevo, porque sei que só assim consigo externalizar meus sentimentos mais profundos, aqueles que nem mesmo sabia que existiam. Mostrar aos outros como me sinto com uma determinada situação, ou como encaro a vida de um ângulo diferente.

Escrevo, porque as idéias pulam na minha mente a cada cena que vejo, cada livro que leio, cada filme que assisto. Escrevo para aliviar a tensão do colégio, ou daquele amor não correspondido.

Escrevo, porque sei que um conto com “E eles viveram felizes para sempre” no fim, mesmo parecendo bobo aos olhos de muitos, faz com que você volte ao mundo real com as energias renovadas, pois ninguém consegue encarar esse mundo cheio de violência em que nós vivemos sem um pouco de faz de conta.Afinal, qual seria a graça de viver se não pudéssemos sonhar com o príncipe encantado montado no cavalo branco?(ou em uma Harley prateada, tanto faz).

Escrevo, porque escrever é o que me dá esperança. Esperança de que um dia as coisas vão mudar, e o mundo vai voltar a ser um lugar em que todos poderão viver em paz, e escrever histórias sobre fadas e príncipes encantados com a certeza que aquilo pode se tornar realidade, basta acreditar.

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